Financiar imóvel ou alugar: guerra de taxas amplia oportunidades
A taxa básica de juros (Selic) atingiu 4,25% ao ano com sinalização de fim do ciclo de cortes. A trajetória até esse patamar, que representa a mínima histórica dos juros no país, estimulou dois movimentos: queda na rentabilidade de investimentos conservadores e uma corrida dos bancos para oferecer as taxas de financiamento imobiliário mais competitivas e aumentar a carteira de clientes. Tudo isso cria um ambiente financeiramente vantajoso para a compra do imóvel próprio, em detrimento do aluguel.
O mercado está aquecido. Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), foram financiados 27,9 mil imóveis em janeiro de 2020, elevação de 38,9% ante janeiro de 2019. Nos últimos 12 meses, os recursos atenderam 305,8 mil imóveis, alta de 31,4%. A projeção da entidade é de que os financiamentos imobiliários com recursos da poupança atinjam alta de 31% em 2020.
O movimento faz sentido quando os números são colocados na ponta do lápis: se há alguns anos era vantagem pagar aluguel e deixar o dinheiro de uma entrada rendendo um CDI de dois dígitos, agora, com a queda nas parcelas do financiamento e os valores dos aluguéis subindo mais rapidamente que os de compra, o cenário muda.
Segundo o índice Fipezap, os preços de venda de imóveis caem 0,11% nos 12 meses até novembro. Os valores de locação, por outro lado, acumulam alta de 4,21% no período.
Guerra de taxas
O movimento levou o financiamento imobiliário a um patamar de juros sem precedentes no país – a média está em 8% em janeiro de 2020, ante quase 13% dois anos antes. E como a perspectiva não é de novas quedas da Selic, é provável que as taxas do financiamento também não caiam mais.
Um levantamento feito pela Credihome, plataforma de comparação de produtos de crédito imobiliário, a pedido do InfoMoney, mostra o Custo Efetivo Total CET médio das linhas de financiamento imobiliário atreladas à TR (modalidade tradicional) nos cinco maiores bancos do país, além das linhas oferecidas pelo Banco Inter e pela própria plataforma. Dois cenários são considerados: financiamento por 20 anos ou por 30 anos.
Pelo índice mais recente de rentabilidade do aluguel do Fipezap, que mostra a razão entre o preço médio de locação e o de venda dos imóveis, o aluguel desse mesmo imóvel de R$ 600 mil sairia, na média nacional, por R$ 2.320 ao mês.
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