FMI propõe taxar tonelada de carbono em US$ 75 para salvar o clima
O Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentou, nesta quinta-feira (10), uma proposta aos países em meio aos debates sobre a forma de alcançar os objetivos do Acordo de Paris sobre o clima: impor uma taxa de 75 dólares por tonelada emitida de CO2 na próxima década.
Dois economistas do FMI calcularam em um relatório que esta taxa, se for imposta a todos os países do G20, permitiria reduzir as emissões suficientemente para limitar o aquecimento do planeta a 2°C até 2100 - limite fixado por Paris.
A temperatura mundial hoje é 1°C mais alta que no fim do século XIX e, se continuar assim, chegará a +3°C até o fim deste século.
Se as energias poluentes forem tributadas de forma ambiciosa, os Estados acelerarão as mudanças de comportamento dos consumidores, que se verão incitados a consumir menos energia, comprar carros elétricos ou eletrodomésticos mais eficientes.
A cobrança de 75 dólares supera em cerca de dois dólares o preço médio atual da tonelada de carbono no mundo.
Mas essa taxa varia muito conforme o país, lembra o informe. A Suécia, por exemplo, cobra 127 dólares por tonelada emitida - o imposto de carbono mais alto do planeta -enquanto na União Europeia a taxa é de 25 dólares.
O imposto proposto pelo FMI afetaria sobretudo o carvão, já que é a energia que emite mais dióxido de carbono. Em média, seu preço triplicaria nos países do G20.
Os especialistas do FMI calculam que uma taxa de carbono de ao menos 50 dólares em 2030 para os países desenvolvidos do G20, e de 25 dólares para as economias emergentes, duplicaria as reduções em relação aos compromissos atuais do país.
As receitas fiscais geradas por essa medida seriam altas: entre 0,5% e 4,5% da riqueza nacional, segundo os países. Esse montante poderia ser utilizado para reduzir outros impostos ou ser redistribuído às classes mais pobres, sugerem os autores do relatório.
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