QUAL SERIA O CAMINHO PARA A RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA APÓS O CORONAVÍRUS?
Estaremos mais pobres ao fim desta pandemia. E teremos milhões de pobres a mais. Contudo, é possível aprender com esta dor avassaladora que nos atinge. É fundamental ter um plano de saída, e nele têm de estar inseridos novos programas sociais de reinclusão produtiva, de estímulo ao emprego e aos pequenos negócios. O Brasil precisará pensar diferente. Do comportamento individual ao papel do Estado. A crise não tem paralelo na história, mas ainda assim é possível tirar lições e pensar no futuro. Algumas empresas adotaram rapidamente protocolos e continuam atuantes. Basta ver que a agricultura está crescendo neste mar de números negativos da economia. No setor de serviços, as empresas que já tinham feito a transição tecnológica estão colhendo bons resultados. As outras, afundam. Pensar no meio do turbilhão sobre o tamanho do tombo da economia e como será o pós-pandemia é um desafio gigantesco. Porém, foi o que ÉPOCA me propôs.
“O tamanho do tombo não está dado. Vai depender do que a gente faz, e eu acho que o Brasil está agindo de forma bastante lenta”, afirmou, para começo de conversa, o economista Ricardo Paes de Barros, professor do Insper.
Esse é o primeiro obstáculo. Tivemos uma parada brusca. Não há termômetros bons o suficiente para nos dar uma dimensão da crise econômica, e ela pode estar se agravando pelos erros e pela demora da resposta. Nunca houve algo assim com esse impacto e complexidade. Uma coisa sabemos, será a maior queda do PIB anual de nossa história.
O número da FGV é de uma recessão de 5,4%, mas Silvia Matos alerta que, em todas as previsões, os dados são tão piores quanto mais contemporâneos. Cada revisão mostra um buraco maior.
Há desafios imediatos e há outros nos aguardando. Não haverá dia fácil nesta crise.
“Vamos sair com tanta coisa destruída que estaremos condenados a reconstruir. Há quem pense que depois que o vírus passar voltaremos ao business as usual. Não é assim, não. Todo mundo vai mudar”, disse o economista José Roberto Mendonça de Barros.
A China perdeu credibilidade como fornecedor, porque vendeu e não entregou. Foram décadas trabalhando a confiança do mercado internacional como fornecedor pontual e construindo a reputação de produto de qualidade. Tudo isso foi atingido.
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