Soluções digitais são desafio para as exportações das pequenas empresas
Investir em websites e estratégias digitais é uma das saídas para as pequenas e médias empresas da América Latina (AL) aumentarem as suas vendas a outros países.
Apesar disso, somente 56% dos negócios da região vendem seus produtos pela internet, que, por sua vez, é o principal canal de 73% das empresas que importam dos latino-americanos. As informações são da mais recente pesquisa da UPS, o Business Monitor Export Index (BMEI) Latin America 2018.
O estudo, divulgado ontem, ouviu 2.082 exportadores e importadores dos Estados Unidos (EUA) e da América Latina, incluindo o Brasil, além de 16 especialistas em comércio exterior.
De acordo com a presidente da UPS, Nadir Moreno, os investimentos em websites e soluções digitais não só são importantes para elevar faturamento, como também para expandir os ganhos de produtividade da empresa.
A pesquisa da UPS mostra que o site da empresa é o principal canal (61%) utilizado pelos clientes para entrar em contato com os exportadores latino-americanos. Em segundo lugar estão as feiras (27%), seguidas das plataformas de mídias sociais (26%).
O BMEI 2018 mostra ainda que 36% dos negócios que investiram em publicidade online e em estratégias de SEO [Search Engine Optimization] registraram aumento das vendas. Contudo, a utilização de ferramentas digitais é pouco aproveitada pelo empresariado latino-americano, principalmente quando comparado aos Estados Unidos.
Enquanto somente 12% dos exportadores norte-americanos não vendem nenhum produto online, na América Latina, esse número é de 48%.
Logística
Ao avaliarem as suas principais vantagens competitivas, excluindo o preço e a qualidade do produto, 26% dos exportadores citaram os serviços logísticos. Entre as empresas que elevaram as suas vendas online, esse número subiu para 41%. Logo em seguida, as opções de pagamento flexíveis (19%) e serviços pós-venda (19%) foram os mais citados.
Contudo, Moreno avalia que ainda há muito para se avançar. Segundo ela, as pequenas ainda encontram dificuldades no momento de escolher o melhor modal de transporte para despachar mercadorias e na hora de se organizar para os trâmites burocráticos.
Ela explica que as empresas, muitas vezes, não informam com detalhes dados da mercadoria nas notais fiscais e nos demais documentos, algo que acaba atrasando o processo de embarque e desembarque.
“As informações insuficientes e incompletas das mercadorias preocupa bastante”, ressalta Moreno. Ela explica que, geralmente, o que falta detalhar são a descrição da mercadoria; especificações técnicas; classificação fiscal; peso; valor.
Moreno reforça que esses dados precisam estar bem discriminados no website da empresa e serem iguais aos informados na nota fiscal. Isso é importante não somente para a celeridade do processo logístico, como para garantir a venda, já que a insuficiência de dados no site é uma das principais reclamações dos importadores nas transações online.
Meio de pagamento
Sobre os fluxos financeiros, a pesquisa da UPS mostra que os exportadores dos EUA aceitam mais o uso de cartões de crédito e PayPal, por exemplo, do que os empresários latino-americanos. Mesmo assim, os níveis de penetração dos meios digitais de pagamento são baixos mesmo nos EUA.
Enquanto nos Estados Unidos, a maioria dos clientes (39%) paga a compra com cartão de crédito, na América Latina, as transferências bancárias são o principal meio de pagamento utilizado (74%).
Nos EUA, 21% usam o PayPal, ao passado que na AL, essa porcentagem é de 5%. Porém, o BMEI 2018 destaca que o impacto geral da compra e venda online nos custos de transação é mínimo: 57% dos exportadores e 50% dos importadores dizem não haver alteração.
Além disso, 28% dos exportadores e 34% dos importadores relataram um aumento nos custos de transação, destacando o fato de que a utilização do ambiente digital não necessariamente é mais barato.
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