Startup . Quais são os unicórnios brasileiros?
O ano de 2019 foi muito frutífero para as startups brasileiras. Além de ganharmos novos unicórnios, os investimentos no Brasil somaram mais de R$ 9 bilhões, a maioria dessa quantia vinda do exterior. Isso é o reflexo de um ecossistema em amadurecimento, com empreendedores já mais experientes e conteúdos relevantes à disposição para aqueles que querem estudar mais a fundo. A quantidade de startups também aumentou, e hoje temos cerca de 13.000 ativas.
Toda essa evolução chamou atenção dos grandes fundos internacionais e, principalmente, do Softbank – grande responsável por boa parte dos unicórnios brasileiros deste ano. Mas o que eles têm em comum? A maioria pertence ao segmento B2C e gerou uma grande disruptura de comportamento do consumidor no segmento onde atuam. Os ungidos de 2019 são Gympass, Loggi, QuintoAndar e Ebanx.
Somente no mês de novembro, startups brasileiras levantaram um total de US$ 334 milhões – ou R$ 1,45 bilhão – em 19 rodadas de investimentos. O número de deals foi 40% menor na comparação ao mês anterior, mostrando aportes mais polpudos. Boa parte desse valor foi puxado pelos investimentos da Neon (R$ 400 milhões, liderado pelo Banco Votorantim e pelo fundo General Atlantic) e da VTEX (R$ 580 milhões, liderado pelo Latin America Fund, Gávea Investimentos e Constellation Asset Management).
Vamos à lista:
99 – janeiro de 2018: é um ambiente de concorrência extremamente hostil, mas a empresa soube se adptar bem ao cenário nacional. Soube fazer bem a união dos motoristas e texistas com uma boa usabilidade de aplicativo.
Nubank – março de 2018: o colombiano David Veléz trouxe para o país o modelo de sistema bancário que idealizou após encarar frustrações próprias com o serviço prestado pelos bancos tradicionais. Mesmo com um início desacreditado, hoje o banco digital já superou a marca de 15 milhões de clientes.
Arco Educação – setembro de 2018: nem todo mundo considera um unicórnio, visto que seu modelo não era exatamente de uma startup. Foi uma empresa que adotou a tecnologia a seu favor e tornou o negócio muito mais escalável. Um negócio tradicional que se adaptou à nova realidade através da transformação digital.
Movile/Ifood – novembro de 2018: O Ifood corresponde a boa parte do valuation da Movile, e foi a primeira grande plataforma que popularizou o delivery. Um grande mérito em mudar o comportamento de consumo das pessoas. Seu modelo bem nichado o fez crescer bem rápido, mas agora encara o desafio dos super apps, que integram vários tipos de serviços. Tem também que manter sua sustentabilidade, distribuindo tantos cupons de desconto.
Stone – dezembro de 2018: já está quase deixando a lista de unicórnios, pois já fez seu IPO. Tem uma ótima execução dentro de um mercado brasileiro bem difícil, que já se tornou commodity: maquininhas de cartão. Para se manter agressiva no mercado, terá que apostar em novos produtos e recorrer a softwares de inteligência e tecnologia para seguir se destacando.
Gympass – janeiro de 2019: Era uma aposta antiga. O serviço de bem estar tem uma forma interessante de distribuição B2B2C, e ainda reduz uma linha de custo das empresas. Já internacionalizada, é motivo de orgulho para o Brasil. Agora também com planos de expansão de atendimento a médias empresas.
Loggi – junho de 2019: o serviço de motofrete por aplicativos é um grande case de execução, principalmente por atuar em um setor que era muito pulverizado. Tem boa usabilidade e conseguiu varrer o mercado, conquistando tanto pessoas físicas quanto jurídicas.
QuintoAndar – setembro de 2019: foi o grande disruptor do mercado imobiliário nacional. Trouxe muitas facilidades a um segmento extremamente burocrático, prosperando em cima da ineficiência do mercado imobiliário brasileiro. Transformaram todo o amadorismo em um pacote tecnológico com processos bem definidos e ágeis.
Ebanx – Novembro de 2019: todo mundo usa, mas poucos sabem. É a plataforma que processa pagamentos de plataformas como Netflix, Spotify e Airbnb. A startup nasceu em 2012 e cresceu em um próspero segmento: solucionar e processar pagamentos de serviços gringos no Brasil. Hoje, oferecem muito mais serviços em sua cartela.
O recém-chegado
Voando bem abaixo do radar, o estúdio de games Wildlife chegou ao valor de mercado de US$1,3 bilhão. A empresa fundada pelos jovens irmãos Arthur e Victor Lazarte recebeu um aporte de US$ 60 milhões, liderado pelo fundo americano Benchmark Capital, investidor de Uber, Twitter, Snapchat, Riot Games e outros. Também participaram da rodada Javier Olivan, executivo do Facebook; Ric Elias, cofundador e CEO da Red Ventures; Micky Malka, sócio do fundo Ribbit Capital; Divesh Makan, sócio do ICONIQ Capital; e Hugo Barra, vice-presidente de VR do Facebook e mentor de longa data da companhia.
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