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Trump ou Biden: como o Brasil será impactado com o resultado das eleições nos EUA

Trump ou Biden: como o Brasil será impactado com o resultado das eleições nos EUA
04 de Novembro de 2020   |   Mercado | Economia

Faltando uma semana para a eleição nos Estados Unidos, o mundo está de olho em quem será o próximo presidente da maior economia do mundo. Além do impacto natural das políticas americanas em todo o planeta dado a potência que o país é, no caso do Brasil, alguns fatores trazem um interesse ainda maior para quem será o vitorioso.


Desde antes mesmo de assumir a presidência, Jair Bolsonaro (sem partido) já deixava claro seu alinhamento de ideias com Donald Trump (ambos são de direita, conservadores nos costumes e com estilo populista, voltado para uso das redes sociais). Mas, mais do que simpatia, o presidente brasileiro entendia que o País desperdiçou oportunidades nos últimos anos de ter uma relação comercial e em outros campos com os americanos.


Portanto, caso o republicano se mantenha na Casa Branca por mais quatro anos, a tendência é que a relação com o Brasil não passe por grande mudanças, o que, por sua vez, também não deve se refletir no mercado financeiro e nos negócios por aqui.


Como destaca a equipe de analistas do BB Investimentos, “a atual relação existente entre Brasil e EUA, com alinhamento ideológico e posição junto a órgãos multilaterais, deverá ser mantida” em caso de vitória de Trump.


A grande questão, porém, está na transição de poder com uma vitória de Joe Biden. Inicialmente, mercados no mundo todo devem refletir o que se ver nas bolsas dos EUA, que inicialmente pode ser de grande volatilidade caso ocorra uma judicialização da eleição com a contestação da apuração por um dos candidatos.


Mas o que tem preocupado muitos investidores é o fato do democrata ter uma linha ideológica bem diferente de Bolsonaro – por ser de esquerda e defender pautas de meio ambiente e direitos humanos, por exemplo -, temendo que isso possa prejudicar a relação entre os dois países. Segundo especialistas ouvidos pelo InfoMoney, porém, não devemos ver um impacto tão grande assim.


Isso porque Biden é considerado de uma ala mais centrista dos democratas, o que já reduz riscos de uma postura – ou propostas – mais dura, e isso vale tanto para o Brasil quanto para outros países, incluindo a China, em que as relações estão mais estremecidas.


Durante evento recente realizado pela gestora BlackRock, Roberta Jacobson, ex-embaixadora dos Estados Unidos no México (2016-2018) avaliou que caso o democrata saia vitorioso, a relação entre EUA e Brasil não deve ser prejudicada, uma vez que Biden tende a se relacionar bem com diferentes líderes e costuma “se colocar no lugar do outro”.


“Uma das maiores habilidades dele é a comunicação interpessoal. Mas isso não significa um passe livre, ou seja, que ele vá ignorar questões como meio ambiente e direitos trabalhistas. Ele vai ser duro quando precisar”, disse ela.


Sobre estas questões que devem pesar mais, Sol Azcune, analista política da XP Investimentos, destaca que Biden citou o Brasil no primeiro debate contra Trump, citando os problemas de desmatamento na Amazônia.


Durante o debate Biden propôs que países de todo mundo se reúnam para fornecer US$ 20 bilhões para a preservação da Amazônia e disse que o Brasil enfrentará “consequências econômicas significativas”, caso o país não pare a destruição da floresta e se ele for eleito.


“Dado que o Brasil já está enfrentando uma pressão nesta questão ambiental, em especial da Europa, provavelmente acabaríamos vendo uma ampliação dessa pressão com Biden se unindo nessa pauta contra o Brasil”, avalia Sol.


Apesar desta questão ambiental e alguns outros pontos específicos que possam gerar maiores discussões entre os dois governos, a relação diplomática e os acordos já realizados devem se manter.


 


 

Fonte: Por Rodrigo Tolotti - https://www.infomoney.com.br/


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