USDA: Brasil deverá produzir 2,3% mais carne de frango em 2019
Segundo o órgão público norte-americano, o crescimento deverá ser impulsionado pela recuperação das exportações e pelo aumento da demanda doméstica. O relatório aponta que as perspectivas para o crescimento do PIB brasileiro são de 2,5% e a expectativa é de que a inflação permaneça sob controle.
O USDA aponta ainda custos mais baixos de ração, principalmente pela maior disponibilidade de soja e, em menor medida, de milho, o que deverá melhorar as margens de lucro dos produtores.
Exportações
As exportações brasileiras de carne de frango em 2019 deverão crescer 3%, segundo o USDA. O Departamento aponta que, impulsionadas principalmente pela demanda mundial, por conta do impacto negativo da Influenza Aviária em vários países e pela competitividade do produto brasileiro.
O órgão público norte-americano destaca ainda que o aumento das exportações reflete a resiliência da indústria avícola brasileira em superar “a menor credibilidade do serviço de inspeção de carnes do Brasil”, decorrente dos impactos negativos da “carne fraca” e outras operações anticorrupção nos últimos dois anos.
O USDA destaca o empenho brasileiro em abrir novos mercados, apesar de ser o maior exportador de carne de frango do mundo. O esforço se deve ao fato de, apesar de o Brasil exportar carne de frango para 140 países, 91% do volume exportado está concentrado em apenas 25 países.
China / Hong Kong – Com um maior número de frigoríficos aprovados para exportar carne de frango à China, a projeção do USDA é de expansão do comércio deste produto brasileiro com o país asiático. A pendência continua sendo a taxação sobre a carne brasileira, porém com a possibilidade de solução do problema a partir de um acordo verbal estabelecido entre os presidentes do Brasil e China, no último mês de julho, durante a Cúpula dos BRICS, na África do Sul.
Arábia Saudita – O maior mercado da carne de frango brasileira impôs restrições às importações devido à questão da insensibilização pré-abate. As importações sauditas diminuíram 28% entre janeiro e julho de 2018. Segundo o USDA, embora as fontes do comércio estejam otimistas de que as exportações para a Arábia Saudita se recuperarão em 2019, as fontes governamentais reafirmaram que as negociações continuam.
México e Chile – As exportações para o México e, em menor grau para o Chile, continuarão a se expandir em 2019, enquanto o governo brasileiro negocia o aumento do número de plantas avícolas. O México está agora entre os 10 maiores importadores da carne de frango brasileira. Durante uma recente reunião bilateral, o presidente do México, Peña Nieto, disse ao presidente Temer que as negociações para um acordo de livre comércio com o Brasil teriam que esperar pela conclusão da atual rodada de negociações do NAFTA com os Estados Unidos. Enquanto isso, uma delegação de exportadores brasileiros de milho e aves está visitando o México no final de agosto.
Países do Oriente Médio – De acordo com fontes do USDA, as exportações para esses países provavelmente aumentarão em 2019, mas em níveis mais baixos do que nos anos anteriores, devido ao impacto da questão da insensibilização com a Arábia Saudita.
Angola, Iraque, África do Sul e Coréia do Sul – Acreditando que esses mercados continuarão a aumentar as importações de carne de frango do Brasil, os traders têm realizado intenso trabalho de expansão de mercado nessas regiões.
Rússia – Traders locais indicam que as exportações para a Rússia também se recuperarão no próximo ano.
Venezuela – O mercado venezuelano continua fechado para as exportações brasileiras e deve se manter assim no próximo ano. A crise política e econômica afetou a capacidade do país de pagar pelas importações.
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